REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA: O DIA EM QUE A TERRA TREMEU!
Prof. Sílvio Mellon*
A imagem acima é similar a um antigo pergaminho histórico rabiscado por sobre as paredes da cela na secular prisão do Real Forte Príncipe da Beira, construção portuguesa do século XVIII(1776/1783). O espaço onde se localiza estes escritos, há tempos entrou em processo de erosão pelo abandono imposto há anos ao nosso maior patrimônio histórico, simbolo da conquista portuguesa em terras até então, pertecentes à Coroa espanhola, mas que pela ambição econômica das bandeiras, passou a integrar o território da colônia portuguesa.
Nesta fotografia tirada alguns anos antes dos escritos serem carcomidos pelo desgate do tempo, dá pra ver nitidamente parte do poema grafado pelo infeliz Pacheco, um prisioneiro que ali expiou sua pena durantes anos. Sem utilidade militar após os Tratados assinados entre as potências Ibéricas, a fortaleza se tornou um presídio, em cuja cela o poeta-prisioneiro, alem de lastimar seu desterro, escreveu seus melodiosos versos, dedicados a uma certa Firmina, que deduz-se, ter sido um amor daquele inesquecível.
Em letras maiores, outro prisioneiro anônimo ou quem sabe, o próprio Pacheco relata outro acontecimento singular, malgrado assaz nefasto, ocorrido em 18 de setembro de 1852, às duas horas da tarde: um grande tremor de terra de duração ignorada que se abateu sobre o entorno do Real Forte Príncipe da Beira. Mas o que aconteceu? Seria resultado de alguma falha geológica resultante das terras peruanas ou chilenas? Pelas garatujas grafadas nas paredes da prisão, o anônimo prisioneiro deixou registrado o ocorrido, mas, certamente não tivesse discernimento para se acercar do ocorrido.
O escritor Octaviano Cabral no seu livro História de uma Região (Mato Grosso, fronteira Brasil-Bolívia e Rondônia), assim comentou o episódio, citando como fonte um certo Cardoso, funcionário dos americanos da empresa Rubber: “uma noite escura um enorme clarão e estrondo para os lados da serrania apavorou os habitantes da Fortaleza que se puseram a rezar e pedir a misericórdia divina. Sentiram até fragmentos de areia que viera do céu” (Cabral, pág. 147).
As ilações do autor é que o fenômeno se tratava na verdade de um meteorito que despencou dos céus de Rondônia (Mato Grosso à época) embora não se tenha um registro do acontecido, excetuando-se o que o prisioneiro do Forte Príncipe da Beira deixou registrado nas paredes da prisão. Ainda se referindo ao mesmo assunto, o autor escreveu: “o verdadeiro pavor e terror pânico do povinho do Forte foi em 18 de julho de 1852. A terra tremeu por alguns segundos. Após, o poviléu passara duas noites e dois dias em torno da capela apelando para os santos de sua devoção, os tiradores de rezas, homens e mulheres, se revezando para enfrentarem a cólera divina (Cabral, pág. 147).
Há entre o relato do prisioneiro da fortaleza e os trechos escritos por Octaviano Cabral uma incompatibilidade de horário. Entretanto, a suspeição da queda do meteorito parece-me crível em razão das características abordadas no texto, até porque, um terremoto de grandes dimensões no Vale do Guaporé seria quase impossível. É curioso imaginar quão aterrorizados ficaram os moradores do Real Forte Príncipe da Beira, sobretudo pelo medo do inesperado, quiçá pelo elemento surpresa, pelo apego à religião como explicação para os fenômenos desconhecidos. O difícil acesso à região guaporeana sempre impôs zonas de isolamentos que perduraram até fins do século XIX.
Seria então a região nas cercanias de Costa Marques propensa à queda de meteoritos? O fato é que em meados dos anos 90 no atual distrito de São Domingos, quando este ainda era habitado por poucas pessoas, há relatos da explosão de algo misterioso que caiu em chamas do espaço sideral, seguido de grande explosão. À época dos fatos, chegou-se a comentar sobre certa pessoa que presenciara o ocorrido e faleceu de infarto ante o susto que levou.
Infelizmente nada foi registrado oficialmente ou pesquisado e se algum meteoro caiu de verdade, deve está adormecido sob a proteção da densa floresta.
* O autor é historiador formado pela UFRN e professor do IFRO – E-mail: silviomellon@hotmail.com
Nesta fotografia tirada alguns anos antes dos escritos serem carcomidos pelo desgate do tempo, dá pra ver nitidamente parte do poema grafado pelo infeliz Pacheco, um prisioneiro que ali expiou sua pena durantes anos. Sem utilidade militar após os Tratados assinados entre as potências Ibéricas, a fortaleza se tornou um presídio, em cuja cela o poeta-prisioneiro, alem de lastimar seu desterro, escreveu seus melodiosos versos, dedicados a uma certa Firmina, que deduz-se, ter sido um amor daquele inesquecível.
Em letras maiores, outro prisioneiro anônimo ou quem sabe, o próprio Pacheco relata outro acontecimento singular, malgrado assaz nefasto, ocorrido em 18 de setembro de 1852, às duas horas da tarde: um grande tremor de terra de duração ignorada que se abateu sobre o entorno do Real Forte Príncipe da Beira. Mas o que aconteceu? Seria resultado de alguma falha geológica resultante das terras peruanas ou chilenas? Pelas garatujas grafadas nas paredes da prisão, o anônimo prisioneiro deixou registrado o ocorrido, mas, certamente não tivesse discernimento para se acercar do ocorrido.
O escritor Octaviano Cabral no seu livro História de uma Região (Mato Grosso, fronteira Brasil-Bolívia e Rondônia), assim comentou o episódio, citando como fonte um certo Cardoso, funcionário dos americanos da empresa Rubber: “uma noite escura um enorme clarão e estrondo para os lados da serrania apavorou os habitantes da Fortaleza que se puseram a rezar e pedir a misericórdia divina. Sentiram até fragmentos de areia que viera do céu” (Cabral, pág. 147).
As ilações do autor é que o fenômeno se tratava na verdade de um meteorito que despencou dos céus de Rondônia (Mato Grosso à época) embora não se tenha um registro do acontecido, excetuando-se o que o prisioneiro do Forte Príncipe da Beira deixou registrado nas paredes da prisão. Ainda se referindo ao mesmo assunto, o autor escreveu: “o verdadeiro pavor e terror pânico do povinho do Forte foi em 18 de julho de 1852. A terra tremeu por alguns segundos. Após, o poviléu passara duas noites e dois dias em torno da capela apelando para os santos de sua devoção, os tiradores de rezas, homens e mulheres, se revezando para enfrentarem a cólera divina (Cabral, pág. 147).
Há entre o relato do prisioneiro da fortaleza e os trechos escritos por Octaviano Cabral uma incompatibilidade de horário. Entretanto, a suspeição da queda do meteorito parece-me crível em razão das características abordadas no texto, até porque, um terremoto de grandes dimensões no Vale do Guaporé seria quase impossível. É curioso imaginar quão aterrorizados ficaram os moradores do Real Forte Príncipe da Beira, sobretudo pelo medo do inesperado, quiçá pelo elemento surpresa, pelo apego à religião como explicação para os fenômenos desconhecidos. O difícil acesso à região guaporeana sempre impôs zonas de isolamentos que perduraram até fins do século XIX.
Seria então a região nas cercanias de Costa Marques propensa à queda de meteoritos? O fato é que em meados dos anos 90 no atual distrito de São Domingos, quando este ainda era habitado por poucas pessoas, há relatos da explosão de algo misterioso que caiu em chamas do espaço sideral, seguido de grande explosão. À época dos fatos, chegou-se a comentar sobre certa pessoa que presenciara o ocorrido e faleceu de infarto ante o susto que levou.
Infelizmente nada foi registrado oficialmente ou pesquisado e se algum meteoro caiu de verdade, deve está adormecido sob a proteção da densa floresta.
* O autor é historiador formado pela UFRN e professor do IFRO – E-mail: silviomellon@hotmail.com
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ResponderExcluireste Forte Principe da Beira busca o reconhecimento pela Unesco como Patrimonio da Humanidade apos seu tombamento pelo Brasil em l950 trabalho percuciente do Forum Permanente de Sustentabilidade da Amazonia presidido pelo advogado e mestrando em direito Ambiental Hercules Goes fundador do Jornal e Revista Ecoturismo.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário amigo.
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