Parceria com o setor privado fortalece cadeia produtiva do óleo de copaíba no Sul do Amazonas
(Matéria extraída do site do WWF Brasil)
Segundo a proposta apresentada pela empresa, o quilo da copaíba será comercializado por cifras que superam em mais de 100% o valor anterior pago por atravessadores. Além disso, a transação será feita em dinheiro e não mais por escambo ou troca, como era feita anteriormente. A Firmenich vai disponibilizar ainda R$ 10 mil para um fundo, a ser administrado pela própria empresa, cuja renda servirá como capital de giro e fonte para capacitações ou compra de equipamentos. Cerca de 20 "copaibeiros" já aderiram à proposta. As primeiras transações serão feitas no mês de agosto.
A primeira encomenda, já solicitada pela empresa, é de 5 toneladas de copaíba até o fim de 2013. Os contemplados neste primeiro momento são produtores da Vila do Carmo, Vila Batista, Areal e Bela Vista do Guariba. A produção será armazenada na Vila do Carmo, também conhecida como Matá-Matá, devido à facilidade de escoamento do produto a partir dali. A vila ocupa posição central no curso do rio Aripuanã, possui mais estrutura e opções de logística, e serve como pólo para outras comunidades da área. Além disso, Matá-Matá está na beira da BR-230, a Rodovia Transamazônica, facilitando a saída do produto para outras regiões. Por meio da estrada, o óleo de copaíba irá até Porto Velho (RO) e depois para São Paulo.
Com esta parceria, os extrativistas venderão a copaíba diretamente à empresa, sem a necessidade de intermediários. Além disso, eles também farão transações a um preço justo - em anos anteriores, o quilo da copaíba era vendido a até R$ 7 para atravessadores. A venda direta e melhores preços vão garantir a geração de renda aos produtores envolvidos no processo e a valorização dos produtos florestais. A Firmenich, por sua vez, receberá a matéria-prima de fontes manejadas de forma adequada, garantindo a perenidade do recurso e contribuindo com a conservação das florestas amazônicas.
O coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, Mauro Armelim, considera a iniciativa da empresa muito importante. "É um passo decisivo da iniciativa privada em relação a questões sociais e ambientais, uma vez que a própria empresa começa um movimento de dentro para fora, ou seja, cria uma relação com as comunidades e promove a valorização e conservação dos produtos da floresta. Desse modo, serão geradas mais opções de renda para os extrativistas e será permitido um melhor aproveitamento dos recursos e potencialidades da região", afirmou.
Gerente regional para ingredientes naturais da Firmenich Brasil, André Tabanez, contou que o trabalho em Apuí faz parte de um projeto maior: em 29 de julho, num evento empresarial em São Paulo (SP), será anunciada a compra de produtos florestais de outras duas comunidades amazônicas. "Esta é a forma de promover a justiça social e contemplar as questões ambientais em nossa área de produção. Queremos ver essas parcerias construídas em bases fortes e sólidas, andando sozinhas nos próximos anos", contou Tabanez.
O contrato de venda de copaíba com a Firmenich faz parte de um conjunto de ações intitulado Medida de Desenvolvimento: Produção Florestal e Agroflorestal do município de Apuí. A estratégia, composta de uma série de atividades com foco no manejo florestal, reflorestamento, extrativismo e sistemas agroflorestais, tem como objetivo gerar emprego e renda de forma sustentável no Sul do Amazonas. Cerca de 10 instituições, entre entidades governamentais, órgãos da sociedade civil, associações e cooperativas de produtores - e, entre elas, o WWF-Brasil - estão envolvidas neste trabalho.
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